O número de desligamentos por morte de trabalhadores formais aumentou 64,7% em Minas Gerais em 2021, o ano mais letal da pandemia de Covid-19 no Brasil, em comparação com 2019.
A maior alta foi registrada no setor de saúde: os desligamentos por morte cresceram 107,7% no período, enquanto os dos trabalhadores considerados essenciais de outros setores subiram 59,6%.
Os dados são de um estudo desenvolvido no programa de pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base nas divulgações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
No setor de saúde, as maiores proporções de desligamentos por morte foram observadas entre médicos. Além da dificuldade de manter o distanciamento social, a maior exposição ao vírus pode ter relação com o aumento dos óbitos dos trabalhadores.
Entre os trabalhadores essenciais fora da saúde, a maior chance de desligamento por morte foi observada entre os operadores de serviços de infraestrutura, como água e esgoto. Já entre os profissionais do setor considerado não essencial, os professores foram mais afetados.
A pesquisa ainda identificou que a chance de desligamento por morte foi maior entre homens, trabalhadores com mais de 50 anos e com nível fundamental incompleto.
Para Débora, os resultados indicam a importância de reforçar as medidas de vigilância na saúde ocupacional. “A gente pode identificar as necessidades dos trabalhadores e intervir no ambiente de trabalho”, afirmou.
Em Minas Gerais, 65.802 pessoas morreram em decorrência da Covid-19 desde o início da pandemia.