As listas de foragidos do sistema prisional da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e da Polícia Militar (PM) têm uma diferença de 42 presos. Estes detentos tiveram a saidinha de fim de ano autorizada pelo Poder Judiciário e não retornaram para o sistema prisional.
Para a Polícia Militar, são 118 os presos que não voltaram para o sistema prisional após o fim do prazo da saidinha temporária autorizada pela Justiça. A Sejusp, por sua vez, fala em 160. Os números de ambos os órgãos só concordam na quantidade de presos recapturados: 84.
Com as divergências, os militares trabalham com o número de 34 presos foragidos, enquanto a secretaria fala em 76.
Raio-X: número de presos que não voltaram da saidinha
Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp)
- Presos beneficiados pela saidinha e que não retornaram: 160
- Presos recapturados após fim do prazo da saidinha: 84
- Número de foragidos: 76
Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG)
- Presos beneficiados pela saidinha e que não retornaram: 118
- Presos recapturados após fim do prazo da saidinha: 84
- Número de foragidos: 36
‘Sem divergência’
Embora a disparidade entre os números seja clara e confirmada por ambos os órgãos, nem a PM, nem a Sejusp dizem que há divergência na contabilidade Em entrevista à Itatiaia, a porta-voz da Polícia Militar, a Major Layla Brunella, não quis chamar a diferença de “divergência”, e ressaltou apenas que são dados obtidos por meio de análises distintas.
“No nosso controle, e eu queria ressaltar que não há divergência com a Sejusp. mas o acompanhamento nosso e deles acaba sendo feito em tempos diferentes e com objetivos distintos. Eles [Sejusp] têm um acompanhamento em tempo real e nós temos um acompanhamento de inteligência, que acaba sendo um pouco diferente. Nós manteremos esse número no que tange à Operação Escudo”, explicou.
Procurada pela Itatiaia, a Sejusp também disse que “não há divergência de dados”, muito embora os dados sejam, de fato, distintos. A pasta diz que os não retornos de presos em saída temporária divulgados pela Sejusp são os dados oficiais, oriundos do Departamento Penitenciário do Estado.
Segundo a Sejusp, o levantamento feito pela pasta foi fruto de um trabalho mais extenso e de cruzamento de dados – e que demorou 12 dias para ser concluído.
Em relação aos números da PM, a Secretaria de Segurança Pública disse que a corporação fez acompanhamento por meio da Diretoria de Inteligência, no intuito de realizar o trabalho de policiamento ostensivo. Já os números da pasta, a Sejusp diz que são obtidos em tempo real.
A saidinha temporária voltou a ganhar destaque no noticiario, após a PM afirmar que o sargento da PM, Roger Dias da Cunha, foi morto por um preso que recebeu o benefício e estava foragido. Welbert de Souza Fagundes, de 25 anos, que atirou no PM, tem 18 boletins de ocorrência registrados contra ele.
Apesar do Ministério Público ter sido contra, a Justiça de Minas autorizou que ele deixasse o sistema prisional com benefício da “saidinha de fim de ano”.
Fonte: Itatiaia